Uma polêmica proposta da Câmara de Cairu gerou mal-estar entre os veículos de imprensa de Valença. O presidente da Câmara de Vereadores de Cairu, Antônio Damasceno (Piqui), e o vice-presidente, Igor Gomes, reuniram-se com a imprensa local para fechar uma parceria para 2025. Porém, segundo informações, a suposta oferta de apenas R$500 mensais para publicação dos trabalhos da câmara causou indignação.

Valores irrisórios e censura velada?

A proposta gerou revolta, especialmente considerando que 30 segundos de anúncio em uma rádio FM local custam o equivalente a dois salários mínimos. Além do valor baixo, a parceria imporia restrições à liberdade de imprensa, proibindo críticas à administração da câmara e aos vereadores. A preocupação é que isso silenciaria a fiscalização do poder público e a denúncia de irregularidades.

Desunião e a ameaça à imprensa regional

A falta de união entre os veículos de imprensa da região do Baixo Sul e o individualismo de alguns proprietários de blogs e sites contribuíram para a situação. Enquanto a maioria rejeitou a oferta, a preocupação é que alguns, em situação financeira precária, possam aceitar a proposta, desqualificando a classe jornalística e culminando no enfraquecimento da imprensa local.

Desigualdade financeira e suspeitas de corrupção

Outro ponto levantado é a disparidade entre os recursos financeiros de Cairu e Valença. Cairu, com 15 mil habitantes, recebe 15 milhões de reais mensalmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o mesmo valor recebido por Valença, município com 96 mil habitantes. Essa discrepância financeira, aliada à suspeita de enriquecimento ilícito de um vereador em Cairu (conforme noticiado em nosso site e passível de verificação no TSE), levanta questionamentos sobre a gestão da câmara municipal.

Conclusão: A proposta da Câmara de Cairu expõe a fragilidade da imprensa regional e a necessidade de união e resistência para garantir a liberdade de informação e o combate à corrupção.