A gasolina encerrou a semana com o preço médio de R$ 6,15 por litro nos postos brasileiros, marcando a maior alta registrada durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em relação à semana anterior, o valor subiu R$ 0,03. Os dados são da pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O óleo diesel também registrou aumento no mesmo período, sendo negociado a R$ 6,04 nas distribuidoras, o maior valor de 2024. Pela segunda semana consecutiva, tanto gasolina quanto diesel foram comercializados acima de R$ 6.
Estados com os preços mais altos e mais baixos
Segundo a ANP, o Acre liderou com a gasolina mais cara do país, vendida a R$ 7,49 por litro. Na outra ponta, a Paraíba registrou o menor preço, com o litro sendo comercializado a R$ 5,88. Ao todo, 20 Estados apresentaram preços acima de R$ 6. Em Salvador, alguns postos já cobram o valor de R$6,70 por litro da gasolina.
No caso do diesel, o preço mais alto também foi registrado no Acre, onde o combustível foi vendido a R$ 7,60 por litro. O menor valor foi encontrado em Sergipe, com preço médio de R$ 5,79.
Fatores que explicam a alta
A alta nos preços dos combustíveis está diretamente ligada à valorização do dólar. Como o Brasil não é autossuficiente na produção de gasolina e diesel, o país precisa importar parte do consumo para atender à demanda interna.
Outro fator que contribuiu foi o aumento das alíquotas do ICMS nos Estados, iniciado em fevereiro deste ano. Essa elevação impactou diretamente o preço final para os consumidores.
Política de preços da Petrobras
A Petrobras não realiza cortes no preço da gasolina para as distribuidoras desde outubro de 2023. O último reajuste foi um aumento de R$ 0,20 por litro, em julho de 2024.
Apesar disso, os preços praticados pela estatal ainda estão abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). A gasolina vendida pela Petrobras está 5% mais barata do que o preço de importação, enquanto o diesel está 10% abaixo do PPI, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Essa diferença entre os preços internos e externos dificulta novas reduções pela Petrobras. Caso a estatal decida diminuir ainda mais o valor, os lucros dos acionistas seriam impactados negativamente, reduzindo as receitas da companhia.
Os consumidores continuam sentindo no bolso os impactos das altas nos combustíveis, enquanto fatores econômicos e tributários permanecem como desafios para a estabilização dos preços no país.